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Vaiakhel/Pecudei - Shabat haChodesh

Chegamos ao último dos quatro Shabatot especiais, o Shabat HaChodesh, que antecipa o Rosh Chodesh Nisan, que é, de muitas maneiras, o primeiro dia do ano judaico. Este shabat simboliza a chegada da primavera no hemisfério norte, onde fica Israel e aonde nossa tradição é atrelada. Renovação e renascimento, tanto da natureza quanto do povo judeu.


O Shabat HaChodesh, se não é exatamente em Rosh Chodesh Nisan, é no Shabat imediatamente antes dele, quando anunciamos o novo mês. O tema deste Shabat é a preparação para Pessach, e o Maftir vem da parashat Bo, (Shemot 12: 1-20) e fala sobre a observância do primeiro Pessach, e sua instituição como um chag para todos os tempos.


O segundo verso do Maftir é particularmente significativo: ‘hachodesh hazeh lachem rosh chodashim; rishon hu lachem l’chodshei hashanah’, - este mês marcará para você o início dos meses. Será para você o primeiro dia do ano.


Na parashá Pekudei lemos que o trabalho de construção do mishkán é finalizado, as roupas e acessórios dos cohanim são feitos, e Moshé é ordenado a montar o mishkán pela primeira vez para santificar todos os objetos e os cohanim.


No primeiro dia do primeiro mês, ou seja, em Rosh Chodesh Nissan, Moshé deve montar o tabernáculo, ele, sozinho. Neste dia, foram santificados e dedicados ao serviço do Templo, a Deus e à comunidade, Aharon e seus filhos. Então, a nuvem que indica a Presença Divina desce do Monte Sinai e passa a se manifestar no Mishkán.


O Tabernáculo é uma obra de arte cuja beleza reflete a glória do espírito humano e é um testemunho da habilidade e da maestria humana. Da mesma forma, são as roupas e ornamentos dos Cohanim, representantes da relação do humano com o divino.


A beleza é essencial para a vida religiosa porque reflete e celebra a glória de Deus e porque reflete e celebra a glória do espírito humano e sua capacidade de criar a beleza e a arte. A beleza se manifesta em muitas formas. A beleza visual - exibida nos detalhes espetaculares do Mishkan e das vestimentas dos Cohanim- é particularmente poderosa. Mas existem outras manifestações de beleza que são igualmente poderosas, embora menos tangíveis do que a beleza visual. Existe a beleza transformadora da música e da linguagem escrita e falada, a beleza elegante da lógica e a beleza da emoção profunda.


Precisamos de todas as formas de beleza na vida religiosa. Precisamos de candeeiros de ouro e panos carmesim. Precisamos de tambores e liras. Precisamos de salmos e argumentos talmúdicos. Precisamos de tudo para nos relacionarmos com o Divino, para expressar nosso espírito humano e celebrar nossa capacidade de criar beleza.


Disse Vinícius de Moraes:


Pra fazer poesia

Tem que ter inspiração

Se forçar ..

Nunca vai ficar boa

Se não..

É como amar uma mulher só linda

E daí !??


Uma mulher tem que ter alguma coisa além da beleza

Qualquer coisa feliz

Qualquer coisa que ri

Qualquer coisa que sente saudade


Um pedaço de amor derramado

Uma beleza ...

Que vem da tristeza

Que faz um homem que como eu sonhar


Ontem, nosso serviço de Cabalat Shabat liderado pelas mulheres voluntárias da ARI foi um exemplo de beleza e dedicação ao sagrado. Cada uma a seu modo deu o seu melhor: se enfeitou, treinou, montou o seu set de filmagens e cantou. Nós, profissionais, também fizemos a nossa parte em organizar, editar e preparar um momento sagrado para todos. Juntas mostramos a diversidade e a beleza de nossa ARI. O que fez deste um momento tão especial, tão sagrado? A estética e beleza claramente ajudaram, mas a participação da comunidade, movida por seu coração, sem contar limites, é o que empregou o sagrado no nosso Cabalat Shabat.


Precisamos de beleza para expressar a glória de nosso criador e a glória de nossa criatividade. Precisamos de um mundo que brilha e cintila, que cantarola e canta, que é elaborado e elegante. E às vezes precisamos de um mundo com uma explosão de brilho total.


Chazak, Chazak, Venichazek

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