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Shacharit Shabat Pessach - Shemot 13:17-15:26

Atualizado: 4 de abr. de 2021

Kol haOlam Kulo, Gesher Tsar meod

Ve haIkar Lo lefached Klal.


Em diversos momentos da vida, nos deparamos com situações em que o perigo nos persegue, e o obstáculo à frente parece impossível de ser transposto. É preciso coragem, é preciso fé, para conseguir enfrentar o que está à nossa frente, e continuar marchando. Esta é a narrativa do Shabat de Pessach: os israelitas saem em marcha desde Mitsraim até o Mar, com os egípcios atrás e o mar afrente eles se desesperam. Então Deus pergunta: Por que vocês chamam por mim? Diga aos israelitas para continuarem!


Sopra o vento, o mar se abre, e os israelitas continuam. Os Egípcios também continuam, e acabam mortos na praia. Percebendo o grande feito Divino, os bnei Israel cantam a glória de estarem livres, primeiro com Moshé, e então com Miriam a profetisa, com as mulheres que tocavam juntas seus tamborins, com alegria e dança. A música traz o sabor de liberdade. Tocar instrumentos, cantar e dançar não somente demonstram, mas também alimentam a alegria.


Pessach é a festa das matsot, da passagem, do zman cheruteinu – tempo de liberdade, mas também chag haAviv, a festa da primavera no hemisfério norte. Nesta nota de liberdade e primavera, nossos sábios determinaram que lêssemos o Shir haShirim, Cantico dos Cânticos, que eu tanto aprecio. Trago aqui uns versos, que eu traduzi livremente da tradução em versos feita pela liturgista Marcia Falk:


Que bonita

você esta, meu amor,

seus olhos

como pombas.


Que bonito

você é, meu amante,

que alegria

nós temos juntos


Que verde

nosso leito de folhas,

nossas vigas de cedro,

nossos beirais de zimbro.


Em terra de areia ou profunda

No solo do vale

Eu cresço, uma flor silvestre prosperando

Em seu amor.


Narciso nas amoreiras,

Flor mais brilhante -

Eu escolho você de todos os outros

para o meu amor


Árvore doce, fruta crescendo selvagem

Dentro dos matagais

Eu floresço na sua sombra

E provo seu amor


Em um contraponto à canção de graças pelos feitos incríveis de Deus, Shir haShirim vem nos trazer o amor humano, mundano. O texto, canonizado por nossa tradição, e declarado o mais sagrado dos textos por rabbi Akiva, é um conjunto de poesias de amor, com um cunho um tanto erótico em algumas de suas passagens, e cujo eu lírico de mais da metade dos versos é feminino.


Ontem, ao falarmos das sefirot, falamos do equilíbrio entre o masculino e o feminino, em como Deus se manifesta em seus atributos, de maneira feminina, masculina e neutra, gerando, desta forma, a construção do mundo baseada no amor.


Em Shirat haIam, vemos como a canção feminina vem trazer à canção masculina um elemento adicional, necessário para uma celebração completa, para o diálogo perfeito, para a celebração da Glória Divina.


Em Shir haShirim, entendemos que o amor entre humanos, é sagrado. Sem tabus, regras ou amarras, a busca e entrega são elementos essenciais para a realização do verdadeiro amor mundano.


O cantar é central em Pessach, na liberdade, na alegria e no amor. O cantar é a expressão mais livre da alma. A alma livre atua em igualdade, em generosidade, em amor. O amor abundante, chessed, é o atributo divino que criou o mundo, e com o qual continuamos o trabalho.


Olam Chessed Yebane...

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