Passamos por uma semana intensa, que iniciou com o final de Pessach e serviço de Izkor no domingo. Ontem, Iom haShoá vehaGevurá, lembramos as vítimas e os heróis da resistência aos horrores do nazismo. Pausamos para o shabat, momento de introspecção, tfilá, recarregar nossas energias, para então iniciarmos uma nova semana, quando teremos Iom haZicaron e Iom haAtzmaut, o dia da memória pelos soldados israelenses que morreram em combate e as vítimas de atentados em Israel, e o Dia da Independência de Israel.
Este Shabat que ocorre entre Iom haShoá e Iom haAtzmaut foi chamado pela Kehillat Har-El - a primeira comunidade reformista em Israel, de "Shabat Tekumá", que significa "renascimento". O "Shabat Tekuma" é um exemplo dos esforços para enriquecer o conteúdo das festas judaicas israelenses, por meio de inovações em orações e cerimônias.
O que une todas estas datas que marcamos nestas duas semanas? A necessidade de contar, recontar, e de se inserir na narrativa. Aprendemos em Pessach que devemos nos sentir como se houvéssemos sido escravos no Egito. O mesmo será necessário com relação à Shoá, uma vez que estamos perdendo a última geração de sobreviventes. Precisamos buscar construir uma memória ativa da Shoá para os dias de hoje. Como ensina a coordenadora da Marcha da Vida, Karina Iguelka: “É muito importante que cada um hoje se entenda como parte de uma história que não acabou. E defina qual é a sua responsabilidade em relação a história da Shoá. Precisamos ter muito claro que assim como o testemunho requer tanto esforço daquele que sobreviveu, recordar hoje pressupõe esforço e ação.”
Um post de ontem dizia: “Israel não existe porque o holocausto aconteceu, o holocausto aconteceu porque Israel não existia”. Esta ligação intrínseca do Estado de Israel com a Shoá é presente até no nosso calendário. Esta semana damos continuidade à história e celebramos o estabelecimento de nossa “mátria”, Israel, mas não sem antes prestarmos homenagem àqueles que caíram em sua defesa.
Honrar a memória exige que as novas gerações possam se colocar como uma continuidade da história com responsabilidade pelo presente buscando novos sentidos e ações que possam ser transformadoras hoje.
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