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Pecudei - Shemot 38:21-40:38

Pecudei é a última parashá do livro de Shemot, que é principalmente dedicada à construção do mishkan e seus utensílios. O Mishkan foi projetado para ser a estrutura central do relacionamento entre Deus e o povo de Deus. No entanto, na visão de Maimônides, o mishkan atende às nossas necessidades, não a de Deus.


Uma vez construído, o mishkan não era apenas o centro espiritual e governamental do povo, mas também o centro físico da comunidade, pois os israelitas organizavam seu acampamento em torno dele por tribo. Por meio do mishkan, os israelitas puderam estruturar sua comunidade em torno de Deus e das leis de Deus. A criação da comunidade sagrada tornou-se assim possível através da criação compartilhada de uma estrutura fundada na ética sagrada.


A Torá traz instruções detalhadas sobre o projeto e construção da estrutura comunal e nomeia as pessoas responsáveis por construí-la. No entanto, os israelitas ainda foram convidados a contribuir com ofertas de seus próprios corações e suas habilidades pessoais para a elaboração das obras.


Em Pekudei entendemos que, mesmo reconhecendo a liderança do arquiteto-chefe do mishkán, e reconhecendo a necessidade de relatar os números, mostrar os registros do que foi produzido e do que foi utilizado com os materiais coletados, o projeto é enfaticamente atribuído a toda a comunidade. “Assim como יהוה havia ordenado a Moisés, assim os israelitas fizeram todo o trabalho”[1].


Pekudei nos ensina os primeiros passos para a construção da comunidade: estrutura de liderança; a contribuição de todos, cada um com o que pode dar; e prestação de contas. Estabelecer uma organização central e as estruturas que a suportam, visando o melhor funcionamento do todo. O mesmo é verdade quando trabalhamos para construir nossas comunidades locais ou uma comunidade global sagrada.


O mishkán foi concluído um ano após o êxodo do Egito, para ser usado por 39 anos no deserto. Os israelitas não acordaram na manhã após sua conclusão sem nada para fazer. Para eles, como para nós hoje, a tarefa de fazer do universo um lar digno para Deus estava apenas começando. Como a comunidade sagrada que construiu o mishkan, uma comunidade sagrada global deve ser centrada em um núcleo ético.


Precisamos do mishkán para não esquecer que somos nós que construímos a possibilidade de um lugar onde possamos sentir a presença Divina, um lugar ético e sagrado, onde todos estão protegidos, e onde podemos sentir paz.


Chazak, Chazak ve Nitchazek

[1] Shemot 39:42

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