Na parashá desta semana, Moshé diz aos israelitas que se eles adorarem ídolos, eles serão punidos. Moshé explica as leis da kashrut e detalha os três festivais de peregrinação: Pessach, Shavuot e Sucot.
Algumas passagens desta parashá são realmente bonitas e inspiradoras, mas foi a primeira frase da parashá que ressoa com minha vida hoje, com minha realidade.
Veja, hoje ponho diante de ti bênção e maldição: bênção, se obedeceres aos mandamentos de teu Deus יהוה que hoje te ordeno; e maldição, se você não obedecer aos mandamentos de seu Deus יהוה, mas se desviar do caminho que eu ordeno a você neste dia e seguir outros deuses, que você não experimentou.”
Escolher novos caminhos, assumir novas aventuras, nos coloca em um emaranhado de encruzilhadas. Qual caminho seria o certo a ser escolhido? “Quando Moshe expõe dessa maneira, parece tão simples: por que as pessoas não escolheram obedecer aos mandamentos e receber a bênção de Deus? Quem escolheria a maldição em vez disso? ... a escolha entre bênção e maldição não é tão simples quanto parece ...” coloca a acadêmica Ilana Kurshan em seu comentário semanal sobre a parashá.
Hoje, apesar de termos feito planos para “turistar” pela cidade de Londres, a Nina ficou gripada, então decidimos ficar no hotel para ela ficar boa mais rapidamente. Primeira encruzilhada do dia. Então, ao invés de eu, desde cedo, ler a parashá e escrever meu comentário, passei o dia “maratonando” Young Sheldon com a minha filhota doentinha. Segunda encruzilhada do dia. Assim foi nosso dia ontem, e assim serão os próximos: cheios de encruzilhadas. O problema destas encruzilhadas é que nem sempre o certo e o errado, a bênção e a maldição, são claras como a Torá nos faz crer.
Em um dos episódios de hoje, Sheldon está em uma pesquisa científica sobre religiões e Deus, e tem um sonho em que o número dez diz a ele que as escrituras são binárias: bem e mal, claro e escuro, bênção e maldição. Faz todo sentido, porque assim as escolhas parecem fáceis. Mas a vida nos apresenta opções mais complicadas, cuja escolha sobre bem e mal, claro ou escuro, nem sempre são óbvias. Na verdade, muitas vezes não são únicas. Há momentos em que escolhemos a bênção, mas o caminho é cheio de maldições, e vice-versa. Mas a verdade é que há algo que nos faz sentir que o caminho está certo. Quando todas as peças do puzzle que está diante de nós parecem se encaixar de forma mágica.
Doe sem hesitar, diz a parashá Reê, cuide dos fragilizados, lembre-se dos levitas, enxergue os necessitados. A Torá nos traz indícios de quais são os objetivos. Talvez, tendo o objetivo correto como destino, o caminho vai tranquilamente aparecer diante de nós. Não quer dizer que não encontraremos desafios, que os caminhos serão todos suaves. Assim não é a vida. E talvez esta seja uma das maravilhas do viver: o colorido, as possibilidades, conhecer o que é ruim para valorizar o que é bom.
Começa o Shabat, e que seja lindo, tranquilo, cheio de bênçãos, de boas escolhas, de caminhos agradáveis.
Shabat Shalom!
Que comentário, Andrea! Saudades da sua companhia semanal nos estudos da Torá! Com você, o caminho definitivamente ficava mais suave. Tudo de melhor na sua nova jornada.
Um beijo
Fernanda