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Parashá Tetsavê - Shemot 27:20-30:10

Esta semana lemos a parashá Tetsavê, que vala das vestimentas dos Cohanim, os sacerdotes. Embora possamos supor que essas vestimentas são cerimoniais e existem com o propósito de homenagear os sacerdotes, aprendemos no final do capítulo que essas vestimentas são, de fato, protetoras. As vestes devem ser usadas quando os sacerdotes se colocam em perigo. De acordo com Êxodo 28:43: “[As vestes] serão usadas por Aharon e seus filhos quando se aproximarem do altar para oficiar no santuário, para que não incorram em punição e morram”.


Hoje, não há sacerdotes, nem há um tabernáculo. Em vez de depender de líderes designados para realizar as tarefas sagradas, todos temos responsabilidades. Nesse sentido, quando cada um de nós veste uma máscara, personificamos a obra do Sumo Sacerdote Aarão, agindo em nome de todo o nosso povo. Incorporamos a Rainha Ester, escondendo uma parte de nós mesmos temporariamente para servir ao nosso povo no longo prazo.


Este ano, aprendemos que o trabalho sagrado de “pikuach nefesh”, de salvar vidas, requer cada um de nós e que é um trabalho que todos podemos fazer. Precisamos apenas usar nosso traje sagrado, nossas máscaras.


Durante a semana, celebramos Purim. Pudemos nos fantasiar, encontrar novas e tecnológicas maneiras de estarmos juntos. Renovamos e mantivemos a tradição viva, sem que fosse necessário nos despir de nossas vestes sagradas, ou colocar em risco as nossas vidas e a dos outros. No entanto, Purim foi o marco oficial de um ano de calendário judaico sob a influência do Covid 19. No ano passado, na maior parte das comunidades liberais do mundo, este foi o último evento celebrado fisicamente juntos em comunidade.


Minha amiga Lili, rabina Lilian Kowalski, escreveu: “Este não é um momento Shehecheyanu. Um ano inteiro de pandemia, com centenas de milhares de vidas perdidas em todo o mundo - é algo para marcar, certamente, mas não é algo para dizer Shehecheyanu.” No Brasil já perdemos aproximadamente 251 mil pessoas. Somente ontem foram mais de 1500 pessoas. Estamos muito cansados!


Ainda estamos sob o espírito de Purim, que nos obriga a ficarmos alegres, e em momentos como estes em que estamos vivendo, esta obrigação torna-se difícil. Mas encaremos como um exercício, um desafio quase físico, de buscar motivos e força para nos alegrarmos. Um ano depois estamos aqui, e dentro de cada um de nós há uma força divina capaz de nos aquecer e nos alegrar.

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