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Parashat Shoftim - Devarim 16:18 – 21:9

Em Shoftim, Moshé revisa o sistema de justiça para os israelitas. Moshé fala sobre os limites que os futuros reis devem ter em suas posses. Moshé explica que os sacerdotes e levitas não deveriam ser pagos e deveriam sobreviver de doações do povo. Finalmente, Moshé explica as leis de guerra.


A parashá desta semana é guiada pela frase mais famosa de seu texto, uma das mais conhecidas da Torá: Tsedek, Tsedek, Tirdof – Justiça, Justiça, Perseguirás. Normalmente relacionada somente com atos de caridade e assistência, a frase tem um aspecto político bastante importante nesta parashá. Diferente do que somos levados a pensar quando lembramos desta frase, em Shoftim não falamos da proteção dos fragilizados diretamente, mas falamos do sistema jurídico, do sistema administrativo, do sistema religioso, dos tempos de guerra. Devemos perseguir justiça em todos os aspectos políticos de nossas vidas. Nossa responsabilidade enquanto judeus é garantir que a política seja justa, para que não sejamos levados novamente a Mitsraim, a uma situação de escravidão, sofrimento, opressão.


Ano de eleições no Brasil, eu aqui chegando neste novo país que está mudando de primeiro-ministro, então nada mais poderia pular ao meu olhar do que o trecho em que a parashá fala sobre a escolha de um rei para Israel (Devarim 14-20): o rei não deve acumular muitos cavalos, muitas esposas, muito ouro ou prata, e ele deve ter a Torá ao seu lado, para não esquecer seus ensinamentos. Ou seja, um governante não deve ter em mente seu poder, seu ganho financeiro ou acreditar estar acima do bem e do mal. Um bom governante deve ter em mente o bem comum, e saber que tem limites para a sua atuação.


Em seu comentário sobre esta parashá, baseado no estudo da acadêmica Nehama Leibovitz, o rabino Neal Borovitz coloca: “A busca da Justiça e a responsabilidade da comunidade de escolher líderes, que irão administrar a justiça de forma justa e responsabilizar aqueles que selecionamos é uma responsabilidade contínua e obrigatória para toda a humanidade, incluindo nós judeus, onde quer que vivamos. A Busca da Justiça não pode ser desvinculada da responsabilidade de uma comunidade de escolher os líderes que governarão com “Mishpat Tzedek”, Devida Justiça.”[i]


Nossa responsabilidade, enquanto judeus, é buscar governantes para nosso país que serão justos em suas atuações, que serão honestos e ponderados. Que tenham realmente o bem comum e não o próprio poder em mente, quando atuarem como líderes de nossas nações. Nossa responsabilidade judaica é pensar no bem de nosso país quando escolhemos nossos líderes.


Que possamos, nas próximas eleições, enfrentar as urnas guiados por Shoftim, que possamos perseguir a justiça e votar na ou no representante que melhor se enquadre nos parâmetros indicados em nossa Torá.


Shabat Shalom!


[i] https://wupj.org/library/the-weekly-portion/5626/what-is-our-responsibility-for-choosing-leaders-parshat-shoftim/

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