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Parashat BehaalotechaNumbers 8:1-12:16

Essa parashá, como tantas outras, é cheia de histórias para comentar. Entre elas o que é considerado a primeira prece da Torá, quando Moshé pede para que Deus cure Miriam, que foi infectada com Tsarat (a tradução lepra, usada nos textos conhecidos não é exata). Em algumas sinagogas ela é cantada em uma linda melodia, poderosa e emocionante, que eu adoro.


Mas hoje meu pensamento está focado em outro trecho da parashá. No capítulo 11 os israelitas começam a reclamar que só têm o man que cai do céu para comer, e que eles sentem falta do peixe, das frutas e dos temperos. Uma reação ingrata deste povo que vem sendo cuidado por Deus através do deserto. Por isto Deus e Moshé ficam bravos. Talvez a reclamação dos israelitas venha do tédio, afinal, eles não plantam, não colhem, não produzem. Acampam e caminham, recebem comida dos céus e água de Miriam. Resta então bastante tempo para reclamar.


Com tanta reclamação, Moshé se sente atolado e, também, reclama para Deus. Moshé praticamente entrega sua carta de demissão, pedindo para Deus matar ele porque ele já não aguenta mais liderar esse povo reclamão e ingrato. Deus então resolve o problema de Moshé falando para ele chamar sábios entre os mais velhos para dividirem o fardo com ele. Quanto ao povo, eles receberão carne para se saciarem, e depois uma praga.


Nesta parashá é repetida a lição trazida por Itró, sogro de Moshe: quando o fardo é muito pesado, divida com outras pessoas. Liderar não significa fazer tudo sozinha, mas criar uma equipe que te proporcione a estrutura necessária para que a líder possa fazer as coisas que dependem dela (ou dele).


Amanhã de manhã vou co-liderar o shacharit em homenagem aos ajudantes do curso preparatório de B. Mitsvá da sinagoga onde trabalho. Aqui temos quatro professores, mas muitos ajudantes, jovens, que se voluntariam logo após as suas cerimônias para ajudar outros jovens a aprenderem e estudarem. É uma rede de ensino ledor-vador – de geração para geração. Acho o projeto lindo. Primeiro porque instiga o trabalho voluntário entre os alunos, que buscam esta oportunidade pela tradição, mas também para a formação de currículo para entrar na faculdade (experiência de trabalho e voluntariado contam pontos!). Segundo porque estudar com alguém da mesma idade proporciona uma relação com a preparação do BM completamente diferente.


Lições da Torá colocadas em prática: vários jovens fazem o trabalho de formiguinha para que os professores possam ensinar a parashá e polir os pequenos detalhes faltantes para a cerimônia. Dividir para conquistar.


O ensinamento da parashá desta semana é abrir mão do controle, delegar e confiar; montar uma equipe que te ajude a chegar em seus objetivos sem perder toda a energia e estímulo no caminho.


Shabat shalom!

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