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Foto do escritorAndrea Kulikovsky

Omer 5783

Desde o segundo dia de Pessach contamos os dias e as semanas: 49 dias, 7 semanas entre o ser escravo e a liberação, entre o plantio e a colheita do trigo, entre o estreito e a lei.

Desde a primeira vez que comecei a contar o Omer, em algum momento do caminho me perdi, não dei conta de um dia, mas sempre continuei a caminhada. Porque assim é a vida: nos colocamos objetivos, alguns deles gigantes, e por mais que possamos tropeçar no caminho, o importante é levantar a poeira e dar a volta por cima.

A contagem do Omer traz a disciplina do sentar-se, pensar e escrever diariamente. De fazer uma pausa e um balanço diário, para preparar a alma para a imensidão do recebimento da Torá.

Este ano eu comecei com um tropeço de quatro dias. Mas este tropeço gigantesco me fez dar conta do quanto eu estou desconectada comigo, tentando dar conta e conseguindo somente manter a cabeça para fora da água.

Vai ser tentando respirar e dar conta da corrente da vida, dos estudos, da família e do trabalho que eu vou caminhar estes dias.


A primeira semana, Hessed - amor, bondade, benevolência – é a sefirá sobre a qual o mundo foi construído. Com este pensamento olho para trás, para os primeiros quatro dias desta semana:

Primeiro dia de Omer – Hesed shebeChesed – a abundância de amor foi o que começou este período: uma casa cheia de amigos e família. O coração aquecido.

Segundo dia de Omer – Gevura shebeChesed – disciplina e amor para acordar cedo e cumprir um dia longo de caminhada em Londres, que acabou em um lindo Cabalat Shabat. Rezamos com o corpo e depois com a alma.

Terceiro dia de Omer – Tiferet shebeChesed – Beleza e amor, o dia foi oposto ao anterior: comecei rezando e terminamos caminhando em família. Como o ovo do seder, a vida rola e se apresenta de diferentes maneiras, criando infinitas possibilidades.

Quarto dia de Omer – Netzach shebeChesed – Resistência e amor. Começamos a diminuir... João foi para a Irlanda e nós fomos caminhar. E assim a vida começa a voltar à rotina. O trabalho procura, as ansiedades voltam, a realidade bate à porta. Resisto apegada ao sonho do nosso pequeno mundo, com o aperto no coração, que diz que não vai durar.


Bendita seja a Força Divina que nos enche de amor, um amor que constrói, cresce, nos dá disciplina, nos proporciona enxergar a beleza e nos dá força para resistir e sonhar.


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