Bendito seja, Adonai nosso Deus, Soberano do universo, que me fez livre.
Hoje no minián com estudo da Torá na ARI, uma congregante perguntou: por que a Torá autoriza a escravidão ao mesmo tempo em que condena a escravidão dos judeus em Mitzraim? O questionamento sobre o que é escravidão e quais servidões são condenáveis e o que me escraviza permeou o pensamento ao longo do dia.
A escravidão com sofrimento é o condenável. A Torá é inserida em seu tempo, quando a servidão era a forma de trabalho utilizado. No entanto, a grande mudança que a Torá traz é a ideia de que há um descanso semanal, o shabat, há um limite para a servidão, o jubileu, é preciso amar o próximo como a você mesmo.
Hoje, nós nos entregamos a diferentes tipos de escravidão: trabalhamos ou estudamos sem limite – home office e home school é ilimitado! Somos dependentes dos meios de comunicação e vivemos através das mídias sociais. Com a pandemia, então, é muito difícil impor um limite para estas servidões, delimitar os espaços no tempo.
Hoje, liberdade é a possibilidade de escolher os momentos em que o email não será lido, o celular não será atendido, os olhos vão ler um livro de papel, e a tela não fará parte daquele momento. Liberdade é escolher o círculo “seguro” de convivência, e reconhecer o privilégio de poder disfrutar da conversa, da companhia e da troca com ou outro.
Agradeço a liberdade de estabelecer os meus limites.
Baruch atá Adonai, Eloheinu, Melech haolam, sheassani bat chorin.
ברוך אתה יי, אלוהינו מלך העולם שעשני בת חורין
Mishkan T'filah: A Reform Siddur
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