Um ano em casa, e já passamos por várias fases do vestir: só pijamas (afinal de contas, o mundo vai acabar); parte de cima arrumada, e embaixo pijamas (estilo Jornal Nacional); arrumada (tudo vai voltar ao normal); estilo festa (preciso usar essas roupas em algum lugar!), somente roupas velhas (preciso usar essas roupas alguma hora!), e tudo novamente.
A relação com o vestir mudou, talvez estejamos menos formais, mais lenientes com dress codes, pensando melhor nas roupas e sapatos que temos no armário.
Vestimentas servem para dizer quem você é, ou o que você faz. Servem como protesto ou declaração. Servem para te deixar igual a todos ao seu redor, ou para te distinguir do resto.
Mas vestimentas também são proteção. E a ausência de vestimentas pode significar fragilidade. A roupa traz proteção à nudez indesejada, a possibilidade de encontrar conforto e proteção dos momentos em que nos sentimos vulneráveis.
Agradeço todas as possibilidades que o vestir nos traz: proteção, conforto, protesto, revolta, riso. Agradeço a proteção e a vestimenta.
Bendito seja, Adonai nosso Deus, Soberano do universo, que veste os nus.
ברוך אתה, יי אלוהינו, מלך העולם, מלביש ערומים
Baruch atá, Adonai eloheinu, melech haolam, malbish arumim.
Tfilá - Mishkan T'filah: A Reform Siddur.
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