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Nitzavim - Devarim 29:9-30:20

“Vocês estão aqui, todos vocês, diante do Eterno seu Deus, chefes tribais, anciãos, oficiais, todos os homens de Israel, crianças, mulheres, até o estrangeiro em seu acampamento.” (Devarim 29:9) “O Eterno seu Deus abrirá seu coração e os corações de seus descendentes para amarem ao Eterno seu Deus com todo seu coração e alma para que você possa viver.” (Devarim 30:6) “Com certeza esta Instrução que eu lhe ordeno não lhe é desconcertante, nem está fora do seu alcance.” (Devarim 30:11) “Não, ela está bem perto de você, na sua boca e em seu coração, para cumpri-la” (Devarim 30:14) “Eu coloco o céu e a terra para testemunhar contra você neste dia: eu coloquei diante de você vida e morte, bênção e maldição. Escolha a vida.”


Nitzavim é uma das parashiot mais bonitas da Torá, em minha opinião. Em especial quando lida dentro dos recortes que eu selecionei acima. Moshé está fazendo seu último discurso ao seu povo. Ele sabe que está no final dos seus dias, e faz um apelo desesperado: “escolham a vida!”.


Todo o povo de Israel estava lá, diante de Moshé: homens, mulheres, crianças, estrangeiros. Do mais humilde ao mais ilustre. Todos, ninguém foi excluído. Esta é a primeira beleza da parashá. Enquanto tantas vezes nós, mulheres e todas as outras pessoas que parecem excluídas da Torá, precisamos nos procurar nas entrelinhas do texto, aqui é claro: nós somos parte deste povo, nós recebemos a Instrução, nós somos parte do pacto.


E este pacto, é nosso. Ele não é impossível de ser entendido. Não está fora de alcance nas profundezas do mar ou nas alturas dos céus. A Instrução não pertence a um grupo seleto de pessoas que estudaram e sabem mais. Ela está no coração e na boca, para ser sentida, vivida, ritmada durante nossos dias, respirada em nossas ações. Então, não devemos aceitar lições que nos excluam ou que nos façam sentir menores diante da Torá. Ela é de todos, para cada um ler, entender, sentir, dentro de suas possibilidades.


É o que sinto a cada semana quando estudo a Torá para escrever meu comentário. Parece que o texto fala comigo. As palavras certas pulam e se ressaltam, como em um filme. Elas dançam na minha frente e me enviam a mensagem que eu sinto naquele dia, naquela semana.


Esta semana foi de escolha pela vida. Esta foi a frase que eu ouvi e ficou ressoando na minha cabeça e no meu coração: “eu não quero morrer!”. A frase não é minha, mas de alguém que amo. E na boca desta pessoa tinha um som de prece, de pedido, de determinação. Então, este texto é para dizer: Ken Iehi Ratzon – que assim seja.


Entramos oficialmente nas Grandes Festas este final de semana, com o serviço de Selichot (ashkenazi, os sefaradim já estão nesta toada há dias). Em uma semana vem Rosh haShaná e depois Iom Kipur. Este é o tempo de teshuvá, dias terríveis, dias de nos revermos mais a fundo.


“Retorne para casa

A você mesma

Mesmo que você nunca tenha estado lá

Mesmo que você nunca tenha se conhecido

Mesmo que você se sinta uma estranha

A você mesma” (Alden Solovy)


Ao olhar a maldição, que possamos enxergar a bênção. Ao ouvir morte, que possamos enxergar a vida, e escolher por ela. Escolhamos o amor, a esperança, a vida.


Bom retorno,

Shabat Shalom!


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