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Haftará Shoftim - Isaias 51:12 – 52:12

Chegamos à quarta de sete haftarot de consolo que ligam Tishá beAv a Rosh Hashaná. Deutero-Isaías, um Isaías desconhecido, fala poeticamente palavras de esperança de um retorno a Tsion, após tantos anos traumáticos de diáspora. Acorde Tsion! Levante-se Jerusalém! Saia Israel! É hora de voltar para casa. “Isaías fala também a nós, judeus modernos. Como seres humanos, enfrentamos adversidades. Alguns de nós sofrem traumas. E nós, também, peregrinamos espiritualmente em lugares de desconforto, viajando ao longo de nossas vidas para retornar, ou talvez, pela primeira vez, encontrar um lugar que possamos chamar de lar. Como judeus, nos engajamos todos os anos na teshuvá, um processo projetado para facilitar o retorno do exílio espiritual à plenitude.” Explica a rabina Cindy Enger Estamos em Elul, período em que começamos a focar em nós mesmas, fazemos um retorno ao nosso interior para poder fazer um balanço da alma, encontrar nossos erros, pedir nossas desculpas, descascar nossas barreiras e nos apresentarmos ao Iom haDin, dia do julgamento, preparadas de corpo e alma. Neste período de volta no tempo encontramos nossos traumas e sofrimentos passados, revivendo-os de certa forma. Mas este retorno é mais tranquilo, nos permite ter outra perspectiva do que vivemos, uma vez que já estamos à distância. Não é um retorno apressado, é mais tranquilo, nos oferecendo a possibilidade de, à distância, nos reconciliarmos e aprendermos com nossos erros e sofrimentos. Por outro lado, somos apresentadas à possibilidade de reviver alegrias e alimentar nossas esperanças destes momentos bons, da luz e calor do sentimento da felicidade revivida. É uma nova experiência, diferente, mais profunda, mais serena. Voltamos para casa de maneira figurativa quando olhamos para dentro e nos permitimos reviver experiências passadas com o objetivo de nos reconciliarmos conosco. “A viagem para casa pode não ser feita com pressa; o processo de liberação frequentemente se desdobra com o tempo. Esta é uma mensagem especialmente relevante para as mulheres. À medida que passamos de geração em geração, devemos aprender a ter paciência e também a avançar para trazer mudanças libertadoras” continua a rabina Enger. Em pequenos e estáveis passos, nós mulheres estamos fazendo nosso caminho em direção ao protagonismo religioso. Buscamos fazer parte da tradição trazendo conosco a inovação. Rosh Chodesh, que foi celebrado ontem e hoje, é o marco do feminino na tradição judaica, e por isto grupos femininos de Rosh Chodesh se espalham pelo mundo. Buscamos por fortalecimento interno, que prepara para a participação fora de nosso ambiente acolhedor e protegido. Este mês comecei de maneira especial, rezando e tocando o shofar com amigas, formando uma corrente feminina de força e energia positiva. Que seja o primeiro de muitos! “Como Isaías, não apenas transmitimos a tradição, mas também a transformamos. Fazendo isso, caminhamos, lenta mas firmemente, em direção a uma nova promessa de redenção.” Que possamos nos fortalecer internamente, e assim fortalecer umas às outras. Shabat Shalom.





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