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Haftará Shabat Shuva - Hoshea 14:2-10; Micha 7:18-20; Ioel 2:15-27

Shabat Shuva, o shabat de retorno, que fica entre Rosh Hashaná e Iom Kipur, com uma leitura que traz 3 profetas diferentes, com mensagens complementares. É tempo de teshuvá, arrependimento; tefilá, expressão de gratidão; e tsedacá, busca por justiça.

O profeta Ioel (ou Joel), chama o toque do shofar, clama pela santificação do dia, convoca a assembleia sagrada, para que santifiquemos a congregação e tenhamos chuvas nos tempos certos; garantia de fartura e vida. As chuvas são uma conexão direta com a parashá Hazinu, que lemos esta semana: “Possa meu discurso cair como a chuva, minha fala destilar como o orvalho”.

Michá (ou Miquéias) nos lembra das qualidades divinas de perdão e amor, dizendo “Você retornará [para nós], Você nos levará de volta, com amor”, ressoando o tema do shabat: shuv, shuvá, teshuvá.

Mas é em Hoshea (ou Oseias), que encontrei as mensagens que estão ressoando dentro de mim para este Iom Kipur: “perdoe toda iniquidade e aceite o bem; e nós ofereceremos o fruto de nossos lábios”.

Neste ano tudo é diferente, a esta altura eu já teria feito mikve, o último preparo para me colocar no espírito de Iom Kipur, evitada devido ao Corona. O ambiente da sinagoga, que nos leva profundamente à tefilá de inúmeras horas ininterruptas não estará ocupado, estaremos diante da tela. As horas de tefilá disponíveis serão menores, pelo receio de que as pessoas não aguentem 9 ou 10 horas ininterruptas diante da tela; tudo junto tornará a entrega, a introspecção e o jejum ainda mais desafiadores.

Serão, então, nossas palavras, proferidas ou meditadas, que nos guiarão neste dia de Iom Kipur. Nossa oferenda será ainda mais valiosa, porque dependerá inteiramente da determinação de cada um de nós. Nossa congregação se espalhará pelas ondas invisíveis de transmissão, formando um minián energético por todo o mundo.

O sábio Radak, explicou que “Em seu retorno a Deus, Deus não exige de você riquezas materiais ou sacrifícios de animais, mas palavras de confissão sincera vindas de um coração contrito.” Ou como explica a rabina Jessica Locketz: “Nossa voz, nosso bem mais valioso, é a verdadeira riqueza de nossos lábios e, portanto, o verdadeiro presente que podemos dar a Deus. Com palavras, Deus cria. Com palavras, nós também criamos e sustentamos o mundo ao nosso redor. Palavras são forças poderosas.”

“No Shabat Shuva, atendemos Hoshea e nos voltamos para Deus. Com palavras falamos de transgressões e com palavras pedimos perdão. Com palavras, buscamos expiação. Nossas palavras se tornam um presente de valor indeterminado - uma riqueza de conexão com Deus e relacionamento com aqueles ao nosso redor. Quando nos voltamos uns para os outros para falar e ouvir, nos tornamos inteiros” continua a rabina Jessica.

Que neste Iom Kipur possamos encontrar o poder da palavra sincera, que saibamos buscar em nossas almas a verdade que queremos expressar, e que com nossas palavras possamos guiar nossos atos para um dia espiritual, significativo, de tshuvá e tefilá, para que durante o ano possamos agir com tsedacá - justiça.

אֲדֹנָי שְׂפָתַי תִּפְתָּח וּפִי יַגִּיד תְּהִלָּתֶךָ “Adonai sefatai tiftach ufi iaguid tehilatecha” Meu Deus, abra meus lábios, para que eu possa declarar a Sua glória.

Gmar Chatimá Tová

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