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Haftará Nitsavim - Isaias 61:10-63:9

Chegamos à sétima e última haftará de consolo. Rosh Hashaná está chegando. Entre a ansiedade pela aproximação dos chaguim e a intensidade das reflexões e autoavaliações pelas quais passamos durante o mês de Elul, esta haftará traz o consolo máximo, em imagens fortes e potentes. O texto começa com Deus vestindo e adornando Israel como uma noiva. Em seguida, Deus se veste de guerreiro, e com roupas manchadas de sangue, defende Israel de seus inimigos. Por fim, Deus dá um novo nome a Israel, que passa a se chamar Beulá – casada, ou tomada (sexualmente). Estas três imagens juntas mostram a intimidade e carinho de Deus, que nos veste, nos defende e se entrega a um relacionamento profundo com este povo que está retornando a sua terra. E porque esta é uma haftará de consolo, ela acaba relembrando que, apesar do tempo de aflição pelo qual o povo passou, houve diversos momentos de bondade, compaixão e amor por parte de Deus. Mais ainda, que “Aflita em sua aflição, a Presença Divina os salvou. Com amor e piedade, Deus os redimiu, os carregou e os ergueu em todos os tempos passados.”. Ou seja, Deus sentiu a dor dos aflitos, como se fosse sua dor. Estamos chegando no final do ano judaico, lembrando dos meses que recém passaram e sem enxergar luz afrente, cheios de dúvidas e medos, muitos também carregando dores por perdas irreparáveis. Neste momento, nos consola pensar que, apesar de não alterar destinos, não influenciar no livre arbítrio e nas consequências de nossos atos, Deus sofre conosco, sente nossa dor e nossa aflição. Como coloca a rabina Laura Geller “Nossa haftará nos lembra que Deus, como uma mãe que nos veste, como um pai que nos dá um nome, como um amante que nos adora, não pode necessariamente tirar nossa dor. Mas Deus nos ama, e Deus está conectado conosco. Deus está conosco também em nossa angústia. E porque Deus está ao nosso lado, sempre, não estamos sozinhos. Talvez seja essa a fonte da coragem de confiar que podemos começar de novo.” Que encontremos força e esperança para recomeçar, para aprender novos normais, novas relações, e, principalmente, para continuarmos enxergando as bênçãos que os períodos de desafio nos trazem. Shabat Shalom, Shaná Tová!





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