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Foto do escritorAndrea Kulikovsky

Haftará Korach - I Samuel 11:14-12:22

Enquanto na parashá a autoridade de Moisés é questionada por Korach e seus seguidores, revolta que acaba com a terra engolindo os rebeldes, na haftará Saul é ungido e Shmuel avisa que vai se afastar da frente da comunidade. Em sua despedida, ao final da haftará, Shmuel fala: “Apenas não se afaste do Eterno, seu Deus, mas sirva o Eterno com todo o seu coração! Não recorra a "não-coisas" que não podem ajudar ou salvar você, porque não são nada. O Eterno nunca desistirá de você, por causa do grande Nome de Deus - pois o Eterno quis fazer de você o próprio povo de Deus.” É um momento de guia, para que o povo não se perca quando não tiver um líder religioso guiando seus passos, mas sim um rei. Esta recomendação deveria servir para o povo de Israel por todos os tempos, mas, em realidade, por muitas vezes foi esquecido. Coincidentemente hoje estive pensando neste assunto, em como o judeu se entrega à busca de algo tangível, algo para se agarrar e pedir, algo ou alguém que não é Deus. Especificamente, recebi hoje uma mensagem em um grupo, de uma pessoa que contava como a visita ao túmulo do rebbe antes de uma operação importante, ajudou para que esta pessoa se recuperasse prontamente. Meu pensamento voou para a fixação que se tem com o Kotel, um muro antigo, de pedras antigas, que se tornou uma espécie de santuário ortodoxo, em que as pessoas colocam papéis com pedidos, esperando uma ajuda, buscando serem ouvidos. Qual é a diferença de colocar papéis em um muro, jogá-los no túmulo de um sábio, carregar fotos deste sábio acreditando que aquele objeto te trará proteção, ou mesmo amarrar uma fita vermelha no pulso contra o mal olhado, da idolatria? O que é idolatria? Não é justamente acreditar que “não-coisas” te ajudarão? Quando estive na Índia uma amiga muito sábia me explicou que os deuses são a forma que Deus utiliza para que a pessoa simples, com uma alma ainda não elevada, tenha a sensação tátil do divino, veja a flor, a fumaça, ouça o som e entenda que está em um momento divino. A relação objetificada com o divino acabou no judaísmo com a destruição do segundo Templo, e o crescimento do judaísmo rabínico. Mas, talvez, ainda não estejamos com nossas almas totalmente prontas para a relação emocional, sem algo em que possamos nos agarrar para nos sentirmos seguros. Meu exercício pessoal é toda vez que me percebo pensando que isto me trará sorte, ou algo do gênero, me desafio a encarar este receio, respirar fundo, e não me deixar levar pela superstição. O divino está em cada um de nós, em nossa energia positiva, no outro e nossa relação positiva com aqueles que estão em nosso redor.





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