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Elul 6

Minha boca, vira e mexe, solta palavras que ela não deveria ter soltado.

Em um reflexo impensado, bum! Lá vai uma palavra feia. Muitas vezes

essa palavra feia vira motivo de rusga entre o Paulo e eu, que se incomoda

muito com os palavrões.


Quando as crianças eram pequenas, tinham um livro que chamava “A

palavra feia de Alberto” que falava de uma criança que ouvia uma palavra

dita em um ambiente adulto, a palavra era pequena, entra no ouvido dele,

lá ela cresce e, quando ele a solta, ela é imensa e feia. A história é ótima

para ilustrar como uma simples palavra pode causar um dano enorme.

Por outro lado, na Torá, Deus cria o mundo todo com a palavra,

mostrando que ela primeiro é capaz de construir: fazer céus, terra, luz e

escuridão, vida. Escritores deixam um legado em palavras, tornando-se

imortais em suas criações.


Mas o poder da palavra está no silêncio, no suspiro que te dá a

oportunidade de fazer a escolha certa. O silêncio é a tela branca da

palavra falada, é o lugar onde o pensamento brilha e que ocupa com sua

melhor capacidade.


A sabedoria está em não falar de sopetão, está em usar o espaço do

silêncio, a respiração, e buscar a palavra certa, a palavra que constrói

mesmo quando o objetivo é desfazer.


Neste momento de reflexão de Elul, não é preciso pensar nas palavras

erradas que proferimos; somos fadados a não as esquecer. Inspirada na

Mafalda, que diz que a resposta certa vem sempre 5 minutos após a

resposta errada já ter sido dada, pretendo focar no silêncio, e na

possibilidade de de reações mais serenas e de melhores palavras.

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