No mês de Elul somos chamados a fazer teshuvá. A teshuvá é individual,
profunda, às vezes doce, às vezes dolorida. Não consiste em enviar uma
mensagem no Facebook dizendo “se eu fiz algo errado a alguém,
desculpe!”.
O processo de teshuvá é focado em retornar ao nosso verdadeiro “eu”. É
o processo de nos familiarizarmos com o que realmente queremos na
vida. É revelar seu verdadeiro ser e expor a pura essência interior; é um
convite a tomar consciência e conhecer nosso verdadeiro “eu” e a
realinhar nossas vidas com nossos verdadeiros objetivos, como ensina o
rabino Yerucham Levovitz (1873-1936).
Esta busca não é imediata, ela é feita aos poucos, “little by little, much will
be gathered.” ensina o rabino Salanter, do movimento Mussar. Então, se
nos entregarmos de corpo e alma ao processo de teshuvá, vamos nos
entender um pouco mais, pensar não somente no que fizemos de bom e
mal no passado, mas também traçar expectativas futuras, fazer planos
baseados em vontades reais.
Então, a vida vem e mostra aquela cartada: “when it rains, it pours”, ou
“quando chove, é trovoada!”. Se antes nem havia um caminho possível
para ser percorrido, de repente aparece mais de uma possibilidade.
Parece que é sempre assim: ou a porta está fechada, ou ela se abre a mil
possibilidades. Sei o que quero, sei onde quero chegar, tem mais de um
caminho para eu chegar no meu objetivo. Qual caminho trilhar? É difícil o
exercício da escolha...
Devemos fazer o trabalho de remover as barreiras que impedem o brilho
de nossas almas. Devemos ir em busca deste verdadeiro “eu” e conversar
com ele para escolher caminhos e tomar decisões. Mas será que às vezes
não devemos também olhar para onde o rio corre, soltar o corpo e deixar
que as águas nos levem?
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