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Foto do escritorAndrea Kulikovsky

Elul 5

No mês de Elul somos chamados a fazer teshuvá. A teshuvá é individual,

profunda, às vezes doce, às vezes dolorida. Não consiste em enviar uma

mensagem no Facebook dizendo “se eu fiz algo errado a alguém,

desculpe!”.


O processo de teshuvá é focado em retornar ao nosso verdadeiro “eu”. É

o processo de nos familiarizarmos com o que realmente queremos na

vida. É revelar seu verdadeiro ser e expor a pura essência interior; é um

convite a tomar consciência e conhecer nosso verdadeiro “eu” e a

realinhar nossas vidas com nossos verdadeiros objetivos, como ensina o

rabino Yerucham Levovitz (1873-1936).


Esta busca não é imediata, ela é feita aos poucos, “little by little, much will

be gathered.” ensina o rabino Salanter, do movimento Mussar. Então, se

nos entregarmos de corpo e alma ao processo de teshuvá, vamos nos

entender um pouco mais, pensar não somente no que fizemos de bom e

mal no passado, mas também traçar expectativas futuras, fazer planos

baseados em vontades reais.


Então, a vida vem e mostra aquela cartada: “when it rains, it pours”, ou

“quando chove, é trovoada!”. Se antes nem havia um caminho possível

para ser percorrido, de repente aparece mais de uma possibilidade.

Parece que é sempre assim: ou a porta está fechada, ou ela se abre a mil

possibilidades. Sei o que quero, sei onde quero chegar, tem mais de um

caminho para eu chegar no meu objetivo. Qual caminho trilhar? É difícil o

exercício da escolha...


Devemos fazer o trabalho de remover as barreiras que impedem o brilho

de nossas almas. Devemos ir em busca deste verdadeiro “eu” e conversar

com ele para escolher caminhos e tomar decisões. Mas será que às vezes

não devemos também olhar para onde o rio corre, soltar o corpo e deixar

que as águas nos levem?

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