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Elul 3

Entre as minhas práticas para o mês de Elul, está a leitura de publicações

de rabinos, amigos e instituições. Todos os dias me inspiro nos

questionamentos do rabino Jordan Braunig, nas experiências do Judaism

Unbound e nas midot do Mussar Institute. Com todos estes estímulos,

atravesso meu dia olhando para mim mesma, e procurando o

questionamento que surge.


Hanna Arendt diz que duas impotências marcam a ação humana: não

poder desfazer o feito, e não poder antecipar as consequências de uma

ação. Hoje foi um dia que em diversos momentos me vi diante de

situações em que estas impotências se mostraram como frustrações

minhas ou de outras pessoas ao meu redor.


No medo de encarar uma bronca, minha filha contou uma história bem

fantasiosa. Acabou gerando uma confusão bastante grande, cujas

proporções ela nem imaginava. Sem a possibilidade de desfazer o feito,

ela seguiu com a história até um momento em que se tornou

insustentável, e agora sofre as consequências deste ato – está sem

celular...


Na vida adulta, as consequências de nossos atos normalmente são bem

mais significativas. A vontade de ser correta e dizer a verdade pode gerar

um tsunami de emoções. Demitir ou não um funcionário afeta

diretamente a vida daquela pessoa, mas também afeta diretamente a

organização à qual este funcionário pertence. Não importa se a razão

motora do ato seja boa ou ruim, o fato de não termos noção das

consequências dele torna a insegurança gigantesca. Mas a falta de ação

não deixa de gerar consequências. Estas consequências também não

podem ser antecipadas e não são consertadas com a ação fora de tempo.

Qual é a resposta? Não temos, e esta é a nossa impotência. Mas de

qualquer forma, acredito que na verdade e na bondade estejam as

melhores respostas para a ação ou falta dela. No olhar ao outro para

perceber a consequência de nossos atos ou inércias reside a possibilidade

de tshuvá: reconhecimento do erro, desculpa e reparação, quando

possível.


Sigo em busca de acertos, buscando o reconhecimento e reparação de

meus erros. Como diz o Pirkei Avot: Quem é sábio? Aquele que aprende

com todas as pessoas. Busquemos o olhar ao redor, aprendendo conosco,

com nossos filhos, amigos, amados e com as situações que se colocam ao

nosso redor.

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