top of page

Elul 19

Esta semana, coincidentemente, ouvi algumas histórias sobre aquelas

situações em que o limite entre assédio e elogio fica tênue. A primeira

ocorreu na sinagoga: um homem diz a uma mulher que ela está tão bonita

que ele quase perdeu o respeito (a intenção era um elogio mas, na

verdade, ele causou desconforto); a segunda ocorreu por whatsup: um

agente público envia para uma profissional da sinagoga uma mensagem

dizendo que ele sente muito que o evento dela não vai ocorrer, que ele

sentirá saudades e que ela mora no coração dele (absolutamente

impróprio).


Acontece que estas situações, impróprias e desconfortantes, geram tanta

surpresa que é difícil ter a reação correta imediatamente. Muitas vezes, na

verdade, demoramos a entender que foi isto mesmo que ouvimos. Não

importa quão preparada você se sinta, na hora “H” é difícil absorver, se

dar conta e reagir de acordo.


Por outro lado, muitas vezes me vejo do outro lado do discurso, e devo

confessar que sinto receio de falar algo errado, ferir sentimentos sem a

intenção. Uma palavra mal colocada e eu posso abrir uma ferida de um

amigo ou uma amiga.


O que fazer? Entender as diferenças, ouvir e se desculpar

verdadeiramente quando percebemos o erro; apontar para o outro, com

delicadeza, que aquele comentário ou comportamento não é adequado. É

importante partir do pressuposto que o outro não quis te machucar; é

importante reconhecer quando você machucou sem a intenção.

Principalmente, é importante saber ouvir, saber falar, aplicar a empatia e

aprender.


Em meu Cheshbon haNefesh de hoje, faço a minha tshuvá, volto em meus

passos para buscar meus erros e me desculpar e corrigi-los, quando

possível. Mas como reconhecer o erro não intencional, que eu nem sei

que cometi? Fica a decisão de buscar uma pequena mudança de hábito

minha também: aprender a apontar com carinho os erros dos outros,

como bem indica a nossa tradição.

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

コメント


bottom of page