top of page

Elul 18

Ontem à noite, na ausência de bons programas na TV de infinitos canais,

assisti Animal Planet. O programa era sobre um animal chamado Tuatara,

que só existe em algumas ilhas da Nova Zelândia. Uma espécie de

dinossauro, um fóssil vivo, porque não sofreu modificações significativas

desde o período Mesozoico. O foco do programa, além da ameaça de

sobrevivência da espécie, era a longevidade destes animais: eles podem

viver mais de 100 anos. Qual o segredo? Dentes fortes, um terceiro olho, e

lentidão.


O que o Tuatara tem a ver com Elul? Ele foi um disparador incrível para

minha reflexão. Fiquei pensando na lição que este animal nos traz, através

de suas características...


Dentes fortes, que ajudam a mastigar e engolir qualquer coisa, por mais

difícil que seja. Quantas vezes ficamos com situações e sentimentos

engasgados, sem a condição de “engolir” ou “digerir” o momento?

Terceiro olho, que os cientistas, na verdade, não entenderam ainda como

funciona. A ideia de ter um outro olhar, diferente do apresentado por

nossos dois olhos, a possibilidade de olhar a mesma situação por um outro

ângulo, é poderosíssima. É quase um repensar instantâneo. Deveríamos

ser capazes de olhar uma situação por ângulos diferentes, ter outras

perspectivas, gerar a capacidade de reacessar a situação e julgar mais

corretamente. Quantas ações e reações erradas não poderíamos evitar!

Por fim, lentidão. Como meu amigo Theo publicou hoje no Conteúdo

Judaico (conta do Insta que é necessário seguir!) “A pressa obriga o ser

humano a chegar em cada lugar um pouco antes do momento em que ele

realmente deveria estar lá e, assim, na maioria das vezes ele não está

realmente presente quando deveria estar”*. A gente corre para dar conta,

corre para fazer um milhão de coisas e, fazendo um milhão de coisas o

tempo todo, não estamos realmente em lugar nenhum. É preciso

desacelerar.


Talvez, acessando de maneiras diferentes os problemas com os quais nos

deparamos no caminho, consigamos desenvolver uma maneira melhor de

engolir e digerir mesmo as emoções mais duras; diminuindo o ritmo do

dia-a-dia, nem que seja um pouquinho, viveremos mais o agora,

independente de quanto tempo temos para habitar este planeta.

Quais foram as situações indigestas deste ano que passou? Quando eu

poderia ter mastigado um pouquinho mais para engolir? Quais situações

eu quero rever por outro ângulo e, talvez, consertar? Quantas vezes estive

sem realmente me entregar ao momento, às pessoas ao meu redor?

Quanto da Tuatara vou conseguir colocar em prática para o próximo ano?



* Sipurei Maassiót, Maasê beHahám vaTám

0 visualização0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comentarios


bottom of page