Sou super fã de Gilmore Girls. Mãe e filha que têm aquela relação sincera,
de super amizade, as duas super malucas (ligeiramente más com os
outros, devo assumir). Assisti quando jovem, e há pouco mais de um ano
apresentei para minha filha, com quem assisti tudo de novo.
A relação mãe e filha é facilmente idealizada. Acho que todas nós
gostaríamos muito de ter em nossas filhas nossas melhores amigas.
Enquanto filhas, passamos por altos e baixos: primeiro, nossa mãe é nosso
ideal; depois “mó mico”, mas secretamente ainda queremos ser elas; mais
tarde, lá para a adolescência, há uma separação; então, crescemos e
entendemos tudo. Voltamos a ser amigas – ou não...
Tentando me colocar fora das minhas relações de mãe e filha, acho
impressionante como sou incapaz de fazer inversões, ter empatia, nestes
casos. Com minha filha sou mãe, com minha mãe sou filha – muito filha!
Fico louca quando minha filha roda o olho e dá uma ligeira bufadinha
quando falo com ela; mas tenho consciência de que faço o mesmo com a
minha mãe, tadinha!
E aquela certeza de que quero fazer tudo diferente do que minha mãe
teria feito, e vira e mexe me pego fazendo tudo igual!?
Em realidade, eu admiro profundamente minha mãe: pequena e forte,
inteligente e corajosa, dançarina e apaixonada. Ela não para, não desiste,
continua estudando, dançando e se apaixonando. Viveu para os filhos e
agora vive por ela.
Se eu idealizo minha relação com minha filha, para que seja igual a um
seriado de TV, ou reality show de decoração (já viram Two Chicks and a
Hammer, no Brasil, Karen e Mina), na vida real gostaria que, quando ela
for adulta, ela olhe para mim com orgulho por quem eu sou e o que fiz por
nossas vidas e relações.
Tal mãe, tal filha...
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