“Quantos vão deixar esta vida
e quantos nascerão.
Quem vai viver e quem vai morrer,
A vida de quem chegará ao seu fim natural
e a de quem será abreviada.”[i]
Eu já estava tocada por ter duas tfilot de shivá nesta noite, rezas em memória de duas mulheres fortes e marcantes da minha comunidade, ARI. Mulheres dedicadas a educar, ensinar, e a criar uma vida comunitária mais profunda, com participação de mulheres e homens com conhecimento e pertencimento.
A primeira correu bem, com tranquilidade e tristeza, com histórias de vida compartilhadas. Na segunda, logo no início, sofremos diversos ataques antissemitas. Uma violência inesperada em um momento muito triste e difícil. Não foi a primeira vez que vi um ataque assim em uma reunião. Mas, neste caso, pela ocasião e pelo fato de que não estavam conseguindo tirar os ataques, o que gerou uma sensação incrível de vulnerabilidade e perigo.
O que faz alguém odiar um povo inteiro, que não conhece, é algo que não faz parte da minha capacidade de compreensão. O crescimento do antissemitismo e a falta de atitude forte das autoridades e da opinião pública preocupam muito. O violento ataque de hoje soou como um toque de shofar para o medo.
Eu sou da opinião de que a divisão dentro do povo judeu faz parte do problema. Nós não conseguimos nos respeitar. Nós nos atacamos. Nós não fazemos nenhum esforço para a construção de uma comunidade que se respeita internamente. A educação, neste caso, deve ser a melhor arma para lutar contra a falta de diálogo dentro de nossa comunidade e de nossa comunidade com o mundo.
O que leva alguém a odiar gratuitamente? Eu trago ódio dentro de mim? O que faço para combater o ódio?
[i] Marcia Falk
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