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Elul 12

Hoje em dia adoro aula de filosofia. Meu professor é meio maluco,

totalmente fora da curva, mas de verdade instiga o pensamento, o

conhecimento, a busca por textos, livros e pensadores.


Hoje passamos uma hora falando sobre Hanna Arendt (adoro!)

especificamente sobre duas características principais da ação humana: a

falta de previsibilidade da consequência da ação, e a impossibilidade de

alterar a ação, uma vez feita. É realmente angustiante pensar que tudo o

que você faz tem uma consequência sobre a qual você não tem poder

algum, não tem certeza da consequência; e por outro lado, uma vez que

fizemos algo, lá está... não tem volta.


Mas hoje é outra ação que me chama atenção: a que está além das nossas

possibilidades. Sabe quando tem algo que precisa ser feito, e você fica

esperando que alguém faça, porque você não pode fazer? Em compasso

de espera, em banho-maria, você continua esperando, sem ter

possibilidade de planejar o futuro.


Neste caso somos vítimas da falta de ação de outra pessoa, que não tem

noção das consequências da falta de ação dela. E de repente nos damos

conta de que a inatividade é uma ação que gera consequências.

Muita filosofia, né? Mas pense: quando você ficou esperando o outro

fazer algo que para você era urgente, mas para o outro não? E quando

você esteve no lado oposto?


Por enquanto, fico com Pedro Pedreiro, de Chico Buarque:


Pedro pedreiro penseiro esperando o trem

Manhã, parece, carece de esperar também

Para o bem de quem tem bem

De quem não tem vintém

Pedro pedreiro fica assim pensando

Assim pensando o tempo passa

E a gente vai ficanto pra trás


(...)


Pedro pedreiro pedreiro esperando

Pedro pedreiro pedreiro esperando

Pedro pedreiro pedreiro esperando o trem

Que já vem

Que já vem

Que já vem...

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