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Chaiei Sara - Bereshit 23:1-25:18


וַיִּהְיוּ֙ חַיֵּ֣י שָׂרָ֔ה מֵאָ֥ה שָׁנָ֛ה וְעֶשְׂרִ֥ים שָׁנָ֖ה וְשֶׁ֣בַע שָׁנִ֑ים שְׁנֵ֖י חַיֵּ֥י שָׂרָֽה׃

A vida de Sarah chegou a cento e vinte e sete anos.


Esta semana lemos a parashá cujo nome é vida, mas a primeira sentença fala da morte. Uma ambiguidade que sempre me gerou questionamentos. Deus prometeu a Avraham descendentes tão numerosos quanto as estrelas do céu, Sarah só conseguiu fazer parte deste projeto após muitos anos de vida conjunta, mudanças, desafios, perigos.


De maneira muito bonita, a acadêmica Bex Stern-Rosenblatt traz uma reflexão sobre esta vida de Sara com Avraham: “Sarah o acompanhou de casa para ser um ger toshav, um estrangeiro residente, com ele em uma terra que não era deles. Juntos, eles tinham sido a casa um do outro. Lemos sobre como eles preparavam refeições juntos, discutiam, riam e cuidavam do filho”. Sarah e Avraham são um casal comum de seu tempo, começando sua família, sua tribo.


A narrativa continua com o luto de Avraham, a compra da caverna de Machpela, e o pedido de Avraham para que seu servo busque uma esposa para Itzhak em seu local de origem, alguém de sua própria tribo. Esta semana, uma colega de Leo Baeck College fez uma reflexão sobre como faz parte do ser estrangeiro em uma terra adicionar novos costumes, mas voltar para casa, para a origem, nos momentos cruciais.


Rivka é encontrada, aceita ir ao encontro de Itzhak e deixar sua casa para uma nova vida. Ainda no caminho, quase chegando, Itzhak encontra Rivka, e ele a leva para a tenda de Sara, onde a faz sua esposa. Um relato bastante romântico para a narrativa bíblica, um bálsamo para os olhos do leitor que vem da violência da semana passada e passou há poucos versículos pelo luto pela morte de Sarah.


Este ano vida e morte de Sara fizeram total sentido em minha leitura. A vida de Sara não acabou com sua morte, mas continuou em sua tenda, quando seu filho encontrou o amor e continuou sua jornada, na tenda onde Sarah construiu sua própria família.


Ontem, meu filho me contou sobre uma aula em que ele tinha que falar dele mesmo, e disse que falou de mim em sua narrativa. Eu fiquei feliz, e falei que bom que eu faço parte da sua história! E ele questionou surpreso: “como eu posso falar de mim sem falar de você?”.


Vivemos nossas vidas intensamente, com todas as aventuras que ela traz, mas a certeza de que nossos dias foram plenos vem da marca que deixamos com nosso trabalho, nossas relações, nossa família, mas, principalmente, nas vidas de nossos filhos. Sarah viveu sua vida, mas continuou a fazer parte da corrente da vida através do amor de seu filho.


Que possamos amar, construir, e deixar nossas marcas através de gerações.


Shabbat Shalom!



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