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Chaiei Sara

A parashá que tem o nome da vida de Sara mas começa com sua morte nos ensina que na morte enxergamos para trás toda uma vida. A vida de Sara não foi sua morte, mas três parshiot em que ela peregrinou com o marido, viveu, sofreu, amou, sentiu medo, viveu a infertilidade e teve um filho na velhice. De acordo com a Torá foram 127 anos.


Mas também aprendemos nesta parashá que na perda de uma pessoa amada sentamos, sofremos, e depois seguimos com a praticidade da vida e depois com a renovação, a construção. Assim, Avraham se enlutou por Sara, mas em seguida providenciou o que seria seu legado físico ao seu povo. Avraham segue em busca do cumprimento das promessas divinas de uma terra para seu povo, comprando as terras em Machpelah, e de uma linhagem numerosa, buscando uma esposa para Itzhak.


Por sua vez, Itzhak, que sofria a perda da mãe, recebe do servo do seu pai Rebeka como esposa, a leva para a tenda de Sara, onde ama Rebeka. O amor de Itzhak por sua esposa é o primeiro registro do amor de um homem por uma mulher na Torá, aparece justamente nesta parashá de morte e vida, surge justamente na tenda de Sara. O amor de Itzhak por Rebeka trouxe conforto, consolo, cura.


É também na parashá da vida de Sara que Avraham não só tem mais uma mulher e filhos com ela, mas também morre, sendo enterrado por seus dois filhos mais velhos, Ishmael e Itzhak, juntos.


Talvez a lição de Chaiei Sara seja que a morte faz parte da vida, e que a vida que continua pode encontrar o conforto nas ações práticas diárias, na continuidade e na construção, nas relações com os outros, e, principalmente, no amor.

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